Aborto de repetição
Pela definição, a paciente que apresentou 3 ou mais episódios de abortos (aborto espontâneo ou retido) antes de 20 semanas ou feto com 500 gramas é considerado aborto de repetição ou recorrente.
Várias são as possíveis causas de aborto, porém a principal é por alteração genética embrionária, mas também podemos ter: insuficiência de corpo lúteo, trombofilias, alterações anatômicas uterinas, endometrite, receptividade endometrial entre outras. Muitas vezes não é tão simples definir uma causa específica para as perdas e isso provoca nos casais, além do luto da perda, muita angústia por não saber ao certo porque não conseguem ter o filho tão sonhado.
O diagnóstico passa pela investigação do histórico dos pacientes envolvidos, do histórico das perdas e exames complementares.
Alguns exames complementares para investigar o casal com aborto recorrente:
- Cariótipo do casal;
- Exames para investigar trombofilia para a mulher;
- Avaliação hormonal do casal;
- Pesquisa de fragmentação de DNA espermático para o homem;
- Exames para avaliação uterina e da sua cavidade como por exemplo: ultrassonografia pélvica transvaginal, histeroscopia diagnóstica com pesquisa de endometrite, ressonância nuclear magnética de pelve.
Como estes casais não são inférteis, a fertilização in vitro não deve ser a primeira opção para eles e sim o tratamento das possíveis causas encontradas nos exames complementares, e quando mesmo assim a gestação evolutiva não acontece a fertilização in vitro pode ser uma opção para realizar avaliação genética embrionária.
O mais importante é buscar orientação médica especializada para a correta avaliação e investigação. Além de buscar um apoio emocional com o profissional psicoterapeuta para lidar com o estresse e a tristeza do luto e da dificuldade da gestação evolutiva.